Sopro Divino
Sopro Divino

Cuida da tua semente!

Sós numa multidão…
Vazios em relações sem Sentido
Perdidos numa vida sem significado…
Pessoas de todas as idades, géneros e feitios…
Todas sentem que a vida que vivem não faz Sentido!
As relações que, muitas vezes, se obrigam a ter e a manter são formas de se alienar do vazio que vivem, nessa vida sem propósito.
Sentem-se sozinhas, mesmo não tendo um minuto sequer a sós.
Saltam de uma relação para outra, mesmo não tendo um minuto sequer de Intimidade.
Vivem desconexas de si, mesmo vivendo apenas focadas no próprio umbigo.
E porquê?
Por que motivo tantas pessoas se sentem assim?
O que é que mudou no mundo, que provoca este tipo de sentimentos?
Serão sinais de uma reconexão colectiva?
Quero acreditar que sim!
O universo está a elevar-se a uma frequência que nos faz questionar Crenças, estruturas, conceitos, que não fazem Sentido algum e nos mantêm completamente alienados.
E tudo isto apenas para nos darmos conta que não nos permitimos sentir!
Sentir de verdade!
E tudo por que não queremos sofrer.
Vivemos condicionados por uma Crença, há décadas.
Uma Crença que nos chega através de estórias, seja em filmes, livros, novelas, experiências pessoais – seja lá o que for que apareça.
Tudo serve para alimentar essa Crença
Estórias que nos fazem temer o Amor!
Quantas vezes ouviram dizer que o Amor magoa ou que o Amor é sofrimento ou que quem ama, sofre?
E nós não questionamos essa Crença.
Curiosamente, esta Crença assenta e alimenta-se em duas confusões muito habituais:
(1) confusão entre Amor e Paixão; e (2) confusão entre Dor e Sofrimento.
Se escolhesse fazer uma correspondência entre estes quatro conceitos, diria que a Dor é intrínseca ao Amor, da mesma forma que é intrínseca à vida. Já o sofrimento é intrínseco à Paixão.
A dor faz parte da vida.
Temos dores de crescimento físico.
Temos dores de crescimento emocional.
Temos dores de crescimento mental.
Temos dores de crescimento espiritual.
Físico, emocional, mental e espiritual são os quatro mundos que nos compõem como seres humanos. Estes articulam-se entre si e são nutridos pela Energia do Universo, ou seja, a Energia do Amor!
Logo, a dor faz parte do Amor.
Por exemplo, se morre alguém que amamos, sentimos dor! Sentimos dor porque esse ser abandonou o corpo que nós tínhamos como referência e transformou-se em Energia, aquela Energia que nos nutre, o Amor que somos!
A dor está impregnada pelo Amor, pela vida!
É um sentimento natural em nós!
Faz parte de nós!
Tal como, a vida e o Amor são o que somos!
Já o sofrimento é uma Escolha. Podemos escolher focar a nossa atenção, a nossa Energia na perda, no apego ou na vivência, na Energia que temos em comum, no Desapego!
Esta é a diferença entre sofrimento e dor…
O sofrimento está impregnado pelo apego, logo foca a atenção na perda e, assim, corrói por dentro, em Silêncio.
A dor está impregnada pelo Desapego, logo foca a atenção na dádiva da vida em comum e aceita, agradece por conviver com aquele ser.
Por isso, há que assumir a dor de coração aberto.
Há que perceber qual o Sentido que aquela dor está a trazer à nossa vida.
E, dessa forma, libertamo-nos da perda.
Mergulhamos no Amor que essa vida partilhou connosco.
E desapegamo-nos do corpo de referência.
Recebemos Amor, a Energia transmutada, como alimento da nossa vida!
A verdade é que as estórias passam uma ideia que o Amor é algo que magoa, que no Amor tem que se sofrer muito, que o Amor não é leve, livre, saudável, equilibrado, harmonioso.
Segundo reza a estória, o Amor tem que ser descontrolado, intenso e sem Limites.
(Por favor, não confundir com Amor incondicional!)
Pessoal, não é o Amor que magoa.
O que magoa é o medo que sentimos de amar verdadeiramente.
O medo de ser vulnerável perante a pessoa que amamos magoa profundamente.
O que magoa é aquilo em que acreditamos que o Amor tem que ser.
Não é o Amor.
O Amor é uma Energia, que faz parte da vida, da Natureza, faz parte de nós.
Na raiz da palavra latina, que deu origem à palavra portuguesa Amor, está impressa a ideia de semear, se bem que eu prefira definir Amor como o acto de cuidar e não tanto de semear, porque a semente já existe dentro de nós. A nossa Responsabilidade é cuidar dessa semente, para que ela se desenvolva e floresça.
A verdade é que nós não acreditamos que essa semente existe dentro de nós e isso magoa!
Nós não acreditamos que somos capazes de viver em Amor.
Não acreditamos que merecemos esse Amor, esse cuidado.
E por isso conformamo-nos com a Paixão.
A paixão é descontrolada, é intensa, é sem Limites!
Todavia, tem as suas limitações…
A paixão esvai-se, pois exige Energia em excesso.
Enquanto o Amor cuida para que uma semente se desenvolva e floresça, a paixão é uma perturbação da Natureza, é sofrimento – pelo menos é o que diz a origem da palavra!
Curioso!
Uma semente precisa de ter as condições adequadas para florescer de forma saudável e harmoniosa.
A nossa Essência é Amor, ou seja, aquela semente que é da nossa Responsabilidade cuidar.
A paixão surge aqui como uma perturbação da Natureza, porque ela altera as condições que são dadas à nossa semente; é perfeita para quem não quer sentir, pois adormece a semente. Essa dormência desconecta-nos de quem somos e provoca uma necessidade de preencher aquele vazio com algo que nos traga Felicidade, Alegria, Bem-estar.
E assim procuramos fora de nós o que enterramos dentro!
Procuramos prazer físico, mental, emocional e, por vezes, espiritual para substituir aquela semente que tudo contém.
Concede-te o direito de sentir!
Permite-te ser feliz!
Cuida da tua semente!