Em abstracto
Em abstracto

Somos Seres mutáveis!

Acredito que a mudança ocorre no Todo, a todos os níveis.
Não somos apenas corpo, apenas mente, apenas emoção ou apenas espírito.
Somos um Todo, onde os quatro mundos se articulam entre si.
Para haver mudança há um constante equilibrar e adaptar do Ser Humano ao desconhecido que vai sendo despertado a cada passo.
Logo, qualquer mudança acontece de forma gradual, pois é um processo profundo e articulado entre os vários mundos do Ser Humano, constituído por cinco fases.
A primeira fase é a negação. Todo o processo de mudança começa com a frase “Eu estou bem assim”. A mudança é, muitas vezes, motivada pelos que nos rodeiam. Conseguem ver melhor as transformações necessárias para sermos mais autênticos, livres e felizes. A verdade é que por acomodação, medo ou vergonha, não aceitamos a mudança. Nesta fase, é habitual ouvir-se frases como “a culpa do que está a acontecer não é minha” ou “um dia destes, quem sabe, eu mudo” ou ainda “Eu aceito-me como sou, por isso não preciso mudar; isso seria não me aceitar” ou “não tenho tempo / dinheiro para isso”.
A fase seguinte chega com a frase “Se calhar, há algo que preciso mudar”. Neste caso, dá-se a fase de contemplação, que permite tomar consciência dos efeitos negativos actuais e dos efeitos positivos de uma mudança, por mais pequena que seja.
A fase de preparação surge quando ouvimos dentro de nós a frase “Eu posso mudar”. Esta convicção leva ao planeamento dos passos a dar para transformar o que identificamos como um “problema”. Nesta fase trabalhamos ao nível do auto-conhecimento, da confiança, da motivação e da comunicação intrapessoal.
A seguir vem a fase da acção, em que acreditamos que “Eu vou mudar”. Planear de nada serve sem agir! Esta fase é a mais trabalhosa e a que mais obstáculos poderá encontrar. Por isso, é fundamental ser disciplinado e perseverante, para além de aprender a adaptar-se aos imprevistos que surgem no caminho. Mesmo assim, o mais importante é praticar!
A quinta fase corresponde à manutenção que garante a criação de novos hábitos, ou seja, tomamos consciência que “Eu sou a mudança”. Agimos com consciência e consistência para que a mudança passe a ser uma constante!
Há quem identifique a recaída como uma sexta fase. Para mim, a recaída pode ocorrer em qualquer uma das fases anteriores, o que levaria ao início do processo de mudança. Por isso, não a vejo como uma fase, vejo apenas como resultado de algum bloqueio que ainda não conseguimos ultrapassar.