Na praia com...
Na praia com…

Mind liked people

CS: Se tu queres encontrar pessoas que já estejam nessa frequência

CC: É como se diz em inglês, mind liked people.

CS: Eu não gosto particularmente dessa expressão, mind liked people, porque… ainda ontem estava a transcrever uma gravação, que eu fiz no WC…

CC: Eh lá! (risos)

CS: Os momentos mais… eu não gravo vídeos no WC, porque é mau demais, neh! Mas é o momento em que eu estou mais inspirada, devo-me ligar ao centro da minha sabedoria (risos).

CC: Os chakras estão todos ali, unidos e alinhados! (risos)

CS: Bem unidos e alinhados! (risos) Enfim, voltando à vaca fria, era uma gravação onde estava a falar sobre ser pessoa. E como pessoas, temos quatro mundos dentro de nós. O primeiro mundo é o físico e o segundo é o mundo mental. O mundo mental corresponde a tudo o que se passa na nossa mente. Só que a nossa mente mente-nos constantemente. E ela mente-nos como? Quando nós entramos nesta experiência corpórea, terrena, nós acabamos por necessitar de criar uma persona que nos permita lidar com o que está à nossa volta. Isto acontece, porque nós vimos de uma dimensão que não é tão densa, não é tão conflituosa. Nós criamos um mapa mental (carregado de memórias e de referências que temos na vida) e uma persona que nos permite lidar com o mundo à nossa volta, que nos permite conhecer o mundo, permite proteger aquilo que é importante e essencial em nós, a pérola que está lá dentro. E esse mapa mental vai criar ratoeiras, para que quando estiveres a passar por uma determinada situação, identifiques logo à partida aquelas que poderão ser más e as que poderão ser boas. No momento em que o fazes, deixas de viver aquela situação e estás a viver uma ilusão, provocada pelas lembranças que a tua mente te permite acessar. O que a mente está a fazer é a impedir-te de experienciar um determinado evento, porque faz um julgamento da situação mediante as lembranças de julgamentos anteriores. Isto só faz com que tu vivas memórias em vez de viveres o presente. Por isso, a ideia de Eckart Tolle de viver o Agora! Essa libertação da mente, que é o que o Osho chamava de não-mente, é difícil de atingir, porque nós construímos esse mapa mental como protecção. Por isso digo que a mente nos mente. Porque a mente serve de escudo para a vida. Mas tu só experiencias a vida, vivendo. Se te escudas de viver determinadas coisas só porque estás a viver uma situação que te recorda outra que já viveste

CC: E tudo isso pode estar distorcido, não é?

CS: Exactamente, porque as tuas memórias estão relacionadas com a ideia que tu ficas daquela situação, ou seja, a percepção e o julgamento que tu fizeste de cada acontecimento. Tudo isto que a nossa mente faz, acaba por nos prender a algo que está no passado, ou seja, já nem existe. Enfim, prefiro falar de almas similares, de espíritos similares, de pessoas na mesma frequência.

CC: Lá está, mind liked people, realmente, pode estar mal aplicado, porque leva a uma coisa mais profunda. Mas aqui o objectivo é dizer pessoas que se interessam pelo mesmo tipo de assuntos.

CS: São pessoas que estão em sintonia, que vibram na mesma frequência e acabam por percorrer um Caminho muito similar. O mais importante é: mind não é a parte mais profunda de nós!

CC: Pois, lá está, é o tal escudo de protecção.

CS: O que está atrás desse escudo é que é a parte mais profunda de nós. E isto está relacionado com o terceiro e quarto mundo do ser humano: o mundo emocional e o mundo espiritual. Estes mundos influem nos outros mundos. Aliás, todos eles se interligam e articulam entre si. Na mente tens os pensamentos, tens a forma como tu te vês, como vês as situações que vives e como vês os outros. É na mente que tu tens tudo isso, se bem que na realidade é na parte emocional que vives uma relação contigo mesmo e com os outros. São as tuas emoções que vão definir de que forma te relacionas contigo e com os outros.

CC: Pois é. Eu sigo um canal no youtube que é School of Life. Conheces?

CS: Sim sim, é muito bom. (recomendo!)

CC: Eu assisti a um vídeo em que eles falam sobre como a negligência emocional nos afecta como adultos. E é verdade! Se sentires negligência emocional quando és muito pequeno, por parte de algum dos pais, isso vai influenciar-te muito na vida adulta, especialmente no Relacionamento com os outros.

CS: Isso é verdade. O Cuidado emocional por parte dos pais, na infância, influencia positiva ou negativamente o teu Relacionamento contigo mesmo e com os outros, na tua vida adulta. E isso acontece, porque foste negligenciado pelas pessoas que deveriam proteger-te. E isto leva a que não confies nos outros, se bem que também faz com que sintas que tu não mereces esse Cuidado, e isso baixa a tua Auto-estima, o que faz com que não confies em ti mesma. Logo, vais sentir necessidade de ser amada e valorizada por essas mesmas pessoas em quem não confias, porque tens uma Crença silenciosa que não mereces ser amada. Portanto, tens que dar tudo o que tens e tudo o que não tens para que te amem e vais ver o Amor como algo distorcido, levando a relações em que és usada e desvalorizada constantemente.

O post já vai longo e, por isso, parece-me o melhor momento para interromper a conversa. Como disse antes, esta conversa durou mais de duas horas e abordamos tantos assuntos diferentes e que, ao mesmo tempo, se complementavam e articulavam. Enfim, no próximo sábado, dia 20 de Outubro de 2018 (não vá alguém ler isto sem se aperceber da data de publicação), vou partilhar mais um excerto desta conversa. Vamos falar de Mindfulness, de sermos o que pensamos que os outros pensam de nós e sobre a articulação entre a necessidade de se aceitar e de se transformar.

Apareçam e comentem!

Até depois!