Sopro Divino
Sopro Divino

O Amor está nas pequenas coisas…

O Amor está num olhar, num toque, no Cuidado…
O Amor está no dia-a-dia.
O Amor está na Vontade de fazer parte da tua vida, mesmo que por cinco minutos apenas!
O Amor está na Vontade de ter contacto contigo, mesmo que por telefone.
O Amor está naquele Fluir livre e sem condicionamentos, sem condições.
A ideia que o Amor tem de ser demonstrado através de oferendas, de experiências especiais e únicas ou de grandes actos que nos arrebatam é uma ilusão!
Um Relacionamento não se resume apenas a fazer coisas e a ter coisas!
O Relacionamento é muito mais Ser, do que ter ou fazer!
O Relacionamento é permitires-te Ser!

E o que é isso de permitir-se Ser?
Permitir-se Ser exige Coragem, Fé e Confiança.
Permitir-se Ser é aceitar a frequência em que estás, é comunicar na frequência em que és capaz de comunicar, é viver os obstáculos que te surgem no Caminho, é percorrer o Caminho de Evolução ao lado de alguém, com esse alguém. Permitir-se Ser é não ter medo de Ser quem és!
Se tens crenças diferentes de alguém há um Caminho que tens de fazer entre as tuas crenças e as dessa pessoa. Caminho para chegar ao Entendimento que vos permita alargar o espaço em que vocês se relacionam dentro de quem são!
Não é o contrário! Não é sair das vossas crenças para se encontrarem num espaço neutro onde tenham de esconder quem são para estar bem. Assim, não estão a ser! Estão apenas a fazer coisas juntos e a ter experiências e coisas a dois. Estão apenas a representar o papel que vos cabe numa relação surreal.
E isso acaba por ser um entrave à Felicidade!

No Amor não é suposto que as pessoas deixem de ser quem são para poder conviver com alguém que também vai deixar de ser quem é. Num Relacionamento há dois Eu’s que se juntam numa relação e criam um novo Ser, o Nós. Mas para este novo Ser existir, os dois Eu’s têm de existir também. Ou seja, os dois Eu’s criam uma abrangência maior em relação ao que podem viver em conjunto.
E isso é construído em conjunto. Não é cada um no seu canto. Não é cada um à espera que as coisas mudem e facilitem a relação. Quantas vezes as pessoas não entram num Relacionamento porque ainda têm de terminar algo ou por ainda não ter a situação financeira estabilizada, ou por outra coisa qualquer?
Sejamos sinceros, não entram numa relação com alguém que amam por medo!
Sejamos sinceros mais uma vez, há sempre alguma coisa para melhorar ou modificar; há sempre arestas que têm de ser limadas. Isso faz parte da Evolução como Ser ou como Casal.
Enfim, é maravilhoso estar com uma pessoa, uma vez de vez em quando, ir jantar fora ou ao cinema, ter umas conversas giras e passear e, no fim, cada um vai para sua casa. Costumo chamar a esta fase de Ilusão, pois a vida faz ali uma paragem, estamos com aquela pessoa fora da nossa vida para um encontro de sonho e depois voltamos à vida normal.
Quando as pessoas começam a viver juntas, a passar 24 horas por dia, a viver os problemas de cada um em conjunto, aí sim, tomamos consciência do que é o verdadeiro Relacionamento.
E essa ilusão de maravilha, de pairar quando estamos juntos, acontece apenas por não estarmos a lidar com os nossos problemas, porque nos alienamos deles para vivenciar apenas um momento leve e fluído, cheio de rosas!
Todos nós temos as nossas “cenas” e, quando decidimos viver com alguém, temos que lidar com essas “cenas”, logo existem momentos que não sentimos essa Leveza, essa Paz, essa Fluidez. Tal como acontece na nossa vida, quando estamos sozinhos.

Nas primeiras fases de um Relacionamento, em que ainda não há verdadeiramente um Relacionamento, há encontros, uns mais frequentes e outros menos frequentes. Esses encontros permitem-nos desligar um bocadinho da vida que temos, dos nossos problemas, dos nossos medos, dos nossos bloqueios, das nossas dúvidas!
Talvez por isso haja tanta gente que não consegue viver Relacionamentos mais profundos e duradouros – são viciados nesse desligar, nessa fase de encontros.
Quando decidem dar um passo em frente e fazer uma vida em comum, as coisas complicam-se, porque aquela pessoa está habituada a desligar da própria vida, em vez de se preparar para encarar e aceitar o que a vida dá…
Aceitar o que a vida dá e, mesmo assim, ser feliz, mesmo assim ter um Relacionamento saudável, mesmo assim caminhar em frente, mesmo tendo os seus obstáculos, medos, dúvidas, momentos menos bons ou de fúria – tudo isso faz parte da vida.
A vida não é uma linha recta!
A vida tem altos e baixos.
E se não aprendemos a estar com alguém nesses altos e baixos, aceitando que há momentos em que nós – os dois Eu’s – estamos mais em baixo, com menos paciência ou em alta e alegres, não há nada a fazer – isso não é uma relação!

Amar é Cuidar!
Não é desligar!
Amar é libertar, sim! É não prender o outro.
Amar é Cuidar…
Cuidar de uma forma livre…
Dar espaço à outra pessoa para ter os seus momentos e, principalmente, perceber que não somos “culpados” ou responsáveis pelas atitudes dos outros, sejam boas ou más.
As atitudes, comportamentos, palavras, sentimentos de alguém estão relacionados com aquilo que essa pessoa vive, naquele momento.
Porque é que alguém que sempre nos aceitou como somos, começa a questionar tudo o que fazemos, dizemos, sentimos, somos? Está relacionado connosco?
Não!
Está relacionado com ele ou ela e a fase da vida que está a viver.
E, se estamos num Relacionamento com alguém, é expectável que cuidemos dele ou dela, naquele momento.
Cuidar é, muitas vezes, deixar que tenha momentos menos bons, deixar viver o que está a sentir, deixar que perceba por si que há algumas coisas na vida que não estão a agradar e que provocam explosões emocionais.
Faz sentido?

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