Libertar
10 minutos de meditação…
Estranho!
A quantidade de pensamentos que nos passam pela mente em apenas 10 minutos.
Quase parece um filme!
Passa a mil à hora!
Sinto-me a perder o Equilíbrio com tamanha confusão!
Abri os olhos e desisti mais uma vez.
Acontece-me sempre o mesmo.
Sou invadida por um oceano de pensamentos.
Luto contra eles, se bem que eles levam a melhor.
Tento controlá-los e saio descontrolada por eles; arreliada por mais um fracasso.
É desesperante!
A certa altura, dei por mim a sorrir.
A meditação ser desesperante!?
Enfim…
Tantas tentativas falhadas…
Tanto desespero por não conseguir limpar todos os pensamentos da cabeça…
Tanto descontrolo por tentar controlar…
Falhanço, desespero, descontrolo e controlo – todas palavras contrárias ao efeito esperado da meditação.
Foi aí que me apercebi que os meus momentos meditativos estavam a ser condicionados por uma ideia errada de meditação.
Meditar não é não pensar!
Pensar é intrínseco à mente!
Por isso, a ideia de uma meditação que limpa os pensamentos da nossa cabeça para cair num vazio total minava à partida uma meditação que relaxa, reenergiza e liberta.
A meditação não é limpar.
A meditação é libertar.
A meditação não é desespero nem fracasso, muito menos controlo e descontrolo.
A meditação é o acto de libertação dos pensamentos, aqueles que passam a mil à hora…
Eles estão presentes.
Nós sabemos que lá estão.
E sentimo-nos livres.
Deixamos apenas que existam.
Temos Consciência deles sem nos apegarmos.
O desapego liberta-nos de coisas sem importância e conecta-nos ao que é essencial na nossa vida.
O encontro com a Essência transporta-nos de volta a nós mesmos!
A meditação é assim o processo de encontro com o nosso eu essencial através da Liberdade, do Desapego e da Consciência global.