Mindfulness
CS: Sabes aqueles momentos em que tu percebes: “Fogo, já passei aqui tantas vezes e nunca tinha visto isto.” Ali na estação, estava à espera do comboio e vi umas flores lindíssimas – aliás, viste a imagem que partilhei no Instagram ontem?
CC: O amor-perfeito?
CS: Não sei, não sei como se chama! Mas são lindíssimas. O jardim cheio de flores! (puxei do telemóvel e mostrei-lhe as fotografias)
CC: Muito giro. E onde é que era?
CS: Ali na estação, na plataforma Sentido porto-aveiro. Fiquei mesmo admirada. Passei por ali tantas vezes e nunca tinha visto. É mesmo lindo! Não sei até que ponto pertence à estação ou à casa amarela que tem ao lado. Enfim, tomei Consciência que andamos tão atarefados com o dia-a-dia que nem nos damos conta destes presentes da Natureza.
CC: Esse é o trabalho que o mindfulness faz. Reparar em tudo que está ali à nossa volta, no momento em que acontece. Estar no momento.
CS: Sim, para estares mais consciente do que se passa à tua volta; não só consciente de quem és, mas também…
CC: Do que está a acontecer no momento
CS: Exactamente.
CC: Em vez de estares a pensar no passado ou no futuro.
CS: Sim, pois! Nós por vezes bloqueamos, não é?
CC: Ah!?
CS: Nós por vezes bloqueamos num determinado momento, ou então bloqueamos numa determinada necessidade, ou bloqueamos num determinado desejo. Sabes como é, aquela coisa de sairmos do comboio a pensar na morte da bezerra e a bezerra tem nome e cara e corpo…
CC: Oh, é verdade!
CS: Acredita, percebi naquele momento que tinha mesmo que voltar a meditar todos os dias, como fazia antigamente. Estou a perder muita coisa gira, por não conseguir sair da minha própria cabeça. (risos)